quarta-feira, 20 de junho de 2018

Coletivo Rimas & Melodias, que une artistas, cantoras, rappers e DJ.

Atualidades
Com um recorte estético incomum, o projeto musical Rimas & Melodias surgiu no final de 2015, quando a cantora Tatiana Bispo e a DJ Mayra Maldjian decidiram tirar do papel a ideia de reunir minas do rap e minas do r&b/neo soul – daí o nome do projeto– para uma music session.
A formação do grupo foi fácil, naturalmente e por afinidades musicais juntaram-se a elas a cantora Alt Niss, as cantoras e rappers Drik Barbosa e Tássia Reis, e as rappers Karol de Souza e Stefanie.
As sete garotas do Rimas & Melodias têm tem como proposta desconstruir moldes e conceitos para fortalecer a presença feminina –sobretudo a negra– no hip hop, no cenário musical, na sociedade
.No estúdio localizado no centro da cidade, sete artistas se encontravam todos os dias. Tinham sete datas para trabalhar ali, entre composições e gravações, tudo ao mesmo tempo. E saíram de lá com sete canções. Sete, sete, sete... O número, se estivesse no título do disco de estreia do coletivo Rimas & Melodias, lançado recentemente, faria sentido. “Temos uma coisa com o número sete”, brinca a cantora de R&B Tatiana Bispo, uma das integrantes do grupo. 
Para a estreia, contudo, as sete (olha o número aí, de novo) optaram por dar o mesmo nome do projeto. Reforça a ideia de quem são, o que querem, o que fazem. Porque o Rimas & Melodias é isso: rimas e melodias, o rap e o R&B, o verso falado e o cantado. São vozes, de cantoras e rappers, entrelaçadas, unidas por uma ideia em comum. Cantam (e rimam) sobre o que está ao redor, sobre ser mulher, ser negra, ser rapper ou cantora. Evocam origens, relatam suas lutas. Esfregam, sem dó do patriarcado, abusos e gritos de vitória. Para o cartão de visitas do seu poderio, aperte o play nas músicas Origens e Manifesto/Pule, Garota, canções com as participações de todas. São potentes manifestos das sete: Alt Niss, Drik Barbosa, Karol de Souza, Stefanie, Tássia Reis, Tatiana Bispo e a DJ Mayra Maldjian. 
 Artistas distintas, com musicalidade e ancestralidade particulares, elas caminham, correm e deslizam, pelo mesmo discurso – embalado com rap, R&B, trap, soul. O que cantam/versam é diretamente ligado à aridez contemporânea. Enquanto o mundo se divide, artistas se separam e o discurso é do “cada um por si”, o Rimas & Melodias faz o inverso. 
Há uma urgência sentida nos versos vorazes e sem concessão. “É sobre lutar, sobre nos amar / É sobre viver e sobreviver”, canta o refrão da música CoroaçãoRimas & Melodias, o disco, é isso. É um manifesto sobre um mundo que precisa mudar, pensar e dançar. O discurso é conectado com o seu tempo. Do início, com o improviso na música Rimas & Melodias, ao discurso da acadêmica Djamila Ribeiro, no encerramento de Manifesto/Pule, Garota: “Então fale, destranque, deságue / Dá medo, eu sei, mas fale / Às vezes a gente acha que o muro é muito alto / Mas pule, garota / Você não vai nem arranhar os joelhos”. De mãos dadas, elas pularam.

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