Entre as vanguardas artísticas europeias do início do século XX, o expressionismo foi uma das mais notórias. A arte expressionista teve seu desenvolvimento principal na Alemanha, não se restringindo apenas às artes plásticas, mas abrangendo o cinema também. O conceito expressionismo tornou-se corrente na crítica jornalística depois que Herwath Walden popularizou-o em sua revista “Der Sturm” (A Tempestade), em 1912.
Características do Expressionismo
Entre as principais características da arte expressionista, destaca-se a distorção linear, isto é, os traçados espessos e angulosos das formas retratadas, seja de seres humanos, seja de objetos, o que produz uma simplificação radical das formas. Destaca-se também o emprego de cores intensas, com pinceladas bem marcadas, deixando evidente o efeito do traçado sobre a tela. Essas características já podiam ser vistas, em germe, em artistas das últimas décadas do século XIX, como os pós-impressionistas Gauguin, Edvard Munch e Vincent Van Gogh, que serviram de modelo aos expressionistas.
Os artistas ligados ao expressionismo organizaram-se em dois grupos, um na cidade de Dresden e outro na cidade de Munique, como explicita o crítico Larry MacGinity:
“O movimento expressionista estava associado a dois grupos de artistas, um baseado em Dresden e outro em Munique, sendo que ambos possuíam muitos objetivos e influências em comum. Os artistas queriam distinguir-se da sociedade urbana, da qual a maioria deles se originou. Alguns levaram uma vida comunitária em áreas rurais, onde desenvolveram uma fascinação por sociedades 'primitivas', tornando-se colecionadores e imitadores da arte folclórica alemã, em um esforço para reacender a força vital da arte, que acreditavam ter sido suprimida.” [1]
A arte primitiva das tribos africanas também serviu como fonte para os expressionistas, mas também outras fontes foram de fundamental importância, como os artistas do Renascimento Alemão Albrecht Dürer e Mathis Grünewald, com seus trabalhos em desenho e seu uso específico de luz e sombra. Além disso, no campo das ideias, os expressionistas serviram-se do pensamento filosófico de FriedrichNietzsche. Inclusive, foi pensando em uma imagem descrita por Nietzsche, que falava a respeito da situação do homem – que está sempre a caminhar sobre uma ponte que o levará além do que é –, que o nome do grupo expressionista ficou conhecido como “A Ponte” (Die Brücke).
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