Volume da Coleção Folha mostra como arte barroca espelhou conflitos sociais
O barroco, período que vai do início do século 17 até meados do 18, é retratado no sexto exemplar da Coleção Folha O Mundo da Arte. O livro estará nas bancas a partir do próximo domingo (23).
O barroco foi a arte da Contrarreforma nas cortes católicas, que reagiram contra a Reforma Protestante desencadeada pelos teólogos Martinho Lutero e João Calvino no século 16. Nas regiões protestantes, que enriqueciam com o comércio, o barroco se tornou a cara da arte burguesa em ascensão.
Este estilo complexo e muitas vezes contraditório, justamente porque revela o confronto que existia na época entre católicos e protestantes, foi visto na pintura, na escultura, na arquitetura, no mobiliário, na música e na literatura.
Do lado católico, os artistas eram convocados a usar a arte para endossar a atividade da Igreja e seduzir os fiéis. Para isso, investiram no realismo e intensificaram o conteúdo emocional de suas obras.
IGREJAS E PALÁCIOS
Na Itália, grandes artistas como Caravaggio, Canaletto e os primos Carracci foram contratados por governantes e pelo clero para trabalhar em igrejas e palácios.
Caravaggio foi o fundador do naturalismo na pintura italiana. Ele e seus seguidores imitavam fielmente a natureza, mas Caravaggio adicionava uma boa pitada de fúria à sua arte. Ficou conhecido como um artista "tenebrista" por causa de suas pinturas de fundo escuro, com personagens banhados de luz.
O barroco italiano também foi adotado por espanhóis como Francisco de Zurbarán, Bartolomé Esteban Murillo e Diego Velázquez, notável retratista da corte de Felipe 4º.
Já na Holanda, as pinturas eram bastante diferentes. As classes média e alta em expansão patrocinaram talentos como os de Rembrandt van Rijn, Anthony van Dyck, Frans Hals e muitos outros.
Os holandeses praticavam uma forma tolerante de calvinismo, que não usava representações religiosas, e seus objetos foram essencialmente retratos, ambientes domésticos e paisagens.
As paisagens foram um tema recorrente entre os franceses Nicolas Poussin e Claude Lorrain, que trouxeram o classicismo para o barroco, dando ao estilo um senso de moderação e equilíbrio.
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