Em um ano, mais que dobrou o número de estrangeiros que têm ou buscam refúgio ou proteção no Brasil, segundo relatório divulgado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) nesta terça (19).
Somando-se os refugiados reconhecidos no Brasil, que são 10.264, mais os que entraram com pedido de refúgio e aguardam decisão (85.746) e os estrangeiros que receberam outro tipo de proteção (no caso do Brasil, permissão temporária de residência), o número chegou a 148.645 em 2017, uma alta de 118% em relação ao ano anterior.
O aumento é um reflexo do êxodo maciço de cidadãos da Venezuela por causa da criseeconômica e humanitária que tomou conta do país nos últimos anos e levou 1,5 milhão de pessoas a deixarem-no.
No mundo, o número de pessoas forçadas a deixar suas casas por causa de conflitos, perseguição ou violência bateu mais um recorde em 2017, chegando a 68,5 milhões, segundo o relatório “Tendências Globais 2017”, do Acnur.
O aumento —de 2,9 milhões de pessoas em relação ao ano anterior— foi o maior registrado na história e deve-se principalmente à limpeza étnica da minoria rohingya em Mianmar, que levou 655,5 mil a se refugiarem em Bangladesh, e a conflitos no Sudão do Sul e na República Democrática do Congo, que resultaram em centenas de milhares de refugiados e deslocados internos (dentro do próprio país).
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