Artistas e políticos se manifestam sobre a exposição 'Queermuseu'
Negociações para levar a mostra ao Rio foram canceladas após prefeito Marcelo Crivella se manifestar contra o projeto. Exposição foi cancelada em setembro, em Porto Alegre, após protestos.
Por G1
Artistas e políticos têm usado suas redes sociais para se manifestar sobre a mostra “Queermuseu”. No dia 10 de setembro, a exposição foi cancelada em Porto Alegre, após protestos e ataques nas redes sociais e no próprio interior do museu Santander Cultural. Algumas imagens da mostra foram consideradas ofensivas por pessoas que classificam o conteúdo como um "incentivo à pedofilia, zoofilia e contra os bons costumes". E, nesta terça-feira (3), o Museu de Arte do Rio (MAR) cancelou as negociações da compra da exposição.
"Lamentamos o modo como este debate tem sido inflamado por intensas polêmicas, que levaram a Prefeitura do Rio de Janeiro, por ser este um museu de sua rede municipal de equipamentos culturais, a solicitar a não realização de Queermuseu - cartografias da diferença na arte brasileira no MAR", diz parte do texto.
A decisão do MAR foi tomada depois que o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, gravou um vídeo, divulgado nas redes sociais, repudiando a mostra.
“É por isso que, aqui no Rio, a gente não quer essa exposição. Saiu no jornal que ia ser no MAR. Só se for no fundo do mar. Porque no Museu de Arte do Rio não”, disse Crivella, no vídeo publicado no último domingo (1º).
Desde o cancelamento em Porto Alegre, tanto a exposição quando a decisão por encerrá-la vem gerando polêmica e discussões. Nas redes sociais, famosos e políticos se manifestaram contra e a favor das decisões tomadas diante da exposição.
A atriz Bárbara Paz postou uma curta mensagem em seu Instagram: "Liberdade de expressão, censura não". Daniela Mercury também classificou o ato como censura. "Abram os museus e as cabeças para a arte e para a diversidade humana".
Já o deputado federal por São Paulo (PSB) Flávio Augusto da Silva fez um longo texto se manifestando contra a exposição e, também, a performance La Bête, realizada no MAM, em São Paulo. O prefeito de São Paulo João Doria Jr. também é contra as duas exposições e publicou um vídeo se manifestando sobre o assunto e afirmando: “Gosto da arte, mas tudo deve obedecer um limite”.
A apresentadora Marina Person escreveu: "A melhor forma de resistir ao obscurantismo é espalhar as obras da exposição #queermuseu por aí. Aqui Adriana Varejão, que hoje foi atacada por defender a liberdade de expressão".
A artista plástica Pietrina Checcacci, premiada no mundo inteiro, gravou um depoimento sobre a polêmica em torno da exposição e afirmou: “Liberdade de expressão para os artistas é essencial. Isso sempre teve. Na Renascença, Michelangelo pintou nus na Capela Sistina. A moda depois exigiu que os nus fossem cobertos e depois foram descobertos de novo. E nus em exposições aparecem inúmeras vezes. Não se fala de pornografia ou de agressões às pessoas. Entretanto, tem que ser colocado no museu e antes para a pessoa saber o que está sendo mostrado”.
O cantor Leoni se uniu a alguns famosos em um abaixo assinado. "Para os que consideram a censura artística inaceitável, aqui vai o link para o abaixo assinado pedindo a reabertura da exposição 'Queermuseu'".
O senador Roberto Requião opinou sobre as duas exposições polêmicas: "Acho o Queermuseum psicológica e culturalmente interessante, já o pelado do MAM uma idiotice pour 'epaté les bourgeois'."
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