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por Maíra Kubík Mano
dezembro 3, 2009
Com uma história completamente diferente do grafite, que ganhou o mundo na década de 1970, a pichação é uma expressão típica da capital paulistana. As mensagens, muitas vezes incompreensíveis, saem direto da periferia para os edifícios mais altos do centro reafirmando o que deveria ser óbvio: os jovens e pobres existemMaíra Kubík Mano
Se a nossa pesquisa de público não estiver errada, boa parte dos leitores de Le Monde Diplomatique Brasil não tem muita familiaridade com a realidade dos pichadores. Talvez muitos achem que as letras estreitas e pretas que marcam os prédios de São Paulo colaboram para deixar a cidade com um aspecto sujo ou poluído. Para os irmãos João Wainer e Roberto T. Oliveira, porém, essa é uma autêntica manifestação da periferia paulistana. “É o protesto de quem recebe tudo o que tem de pior”, diz Wainer, que há anos fotografa essas “quebradas”. “Tudo é horrível: a escola, o hospital, a convivência com a polícia. As famílias são complicadas. Quando eles se expressam de alguma maneira, não dá para fazerem um troço bonitinho”. Nem legível, ao que tudo indica: “A pichação é sofisticadíssima. Criou um código que não é feito para a sociedade entender, mas sim para o parceiro da quebrada”, completa.
Foi com o intuito de desvendar para um público mais amplo esses quase hieróglifos paulistanos que eles fizeram o filme Pixo. A produção, que recebeu menção honrosa da última Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, é um dos assuntos dessa entrevista, assim como as polêmicas pichações no Centro Universitário Belas Artes e na Bienal de São Paulo.
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