sábado, 5 de maio de 2018

Elementos vusuais da arte




Uma obra de arte visual (uma pintura, um desenho, uma fotografia, etc) naturalmente apresentará um assunto, uma  expressão e uma composição.
assunto é o tema, o conteúdo da obra. A expressão é a interpretação pessoal do assunto feita pelo artista. E a composição é a organização dos elementos visuais presentes na obra.
Esses elementos visuais determinam o esqueleto estrutural da obra. 
Por que isso é importante?
Conhecer e saber analisar  esses elementos nos ajuda na interpretação de obras visuais - a entender melhor a mensagem que o artista quer transmitir para nós por meio do seu trabalho.

Hoje vamos conhecer pelo menos 4 elementos básicos da composição visual: o ponto, a linha, a forma e a cor. A relação entre eles é o que dá às coisas as formas e os significados que possuem. 
Vamos conhecê-los:

O PONTO

ponto é a unidade básica de representação visual. É onde tudo começa. É a partir do ponto que surgem todas as outras formas. Na série Crianças de Açúcar, de Vik Muniz, podemos relacionar cada grãozinho de açúcar a um pontinho na tela. Juntos eles formam a unidade da imagem.Observe:
Crianças de Açúcar é uma série de  retratos que Vik Muniz fez de crianças que trabalhavam em plantações de cana no Caribe. As fotografias foram "modeladas" com açúcar,  mostrando o paradoxo da doçura do açúcar com o amargor de suas vidas. As obras foram feitas com vários tipos de açúcar, e depois de fotografada, o açúcar foi colocado em potes rotulados com as fotografias originais  e expostos em diversos museus pelo mundo.

Série Crianças de Açúcar, Vik Muniz, 1996.
Caiu numa questão de língua estrangeira na prova do PAS do ano passado - veja aqui.

A LINHA

A partir de um ponto podemos traçar uma linha. A linha é uma sequência de pontos. Essa linha deve ser entendida como força e direção e não apenas como linha de contorno. Isso quer dizer que as linhas direcionam o nosso olhar diante da imagem. Assim, elas também podem gerar sensações psicológicas como paz, agitação, etc.
Para visualizarmos os diferentes tipos de linhas e suas sensações, vejamos o exemplo mostrado em sala dos diferentes tipos de estradas:
Uma linha reta vertical transmite dignidade, firmeza, força, ascensão, espiritualidade, superioridade. Se fosse horizontal poderia transmitir paz, quietude, calma, repouso.
Se essa linha estiver levemente inclinada pode indicar movimento, dinamismo, produzindo ritmo e orientando o nosso olhar. Aqui essa linha é ascendente  indicando superação, ascensão. 
Já aqui essa linha diagonal está mais descendente. O carro mesmo nos dá essa indicação. Nesse caso, transmite mais abatimento, tristeza, depressão. Note que até as cores frias contribuem para essa interpretação.
Além de linhas retas temos também as linhas curvas, normalmente associadas à feminilidade, suavidade, elegância e delicadeza. 
Essa daqui, por ser espiralada, nos transmite a sensação de movimento.
Já as linhas curvas onduladas transmitem a sensação de continuidade, sequencia. 
E ainda temos as linhas quebradas que transmitem rapidez, vibração, austeridade, ritmo. Aqui no caso elas são mistas, curvas e retas ao mesmo tempo.
 Notou como as linhas estão presentes na natureza mais do que imaginamos? Na arte não é muito diferente. Note na gravura do Escher como a distribuição das linhas confundem nosso olhar: ao mesmo tempo que parecem estar bagunçadas e embaralhadas, notamos que estão perfeitamente organizadas.
M. Escher. Relativity. Litogravura, 1953. Maurits Cornelis Escher foi um importante gravurista holandês famoso por suas representações impossíveis do mundo. Gostava de brincar com as leis matemáticas, como a perspectiva, para criar ilustrações fantásticas que desafiam a realidade.
Ano passado caiu duas questões no PAS sobre essa obra e uma delas menciona o tipo de linha:
Tendo como referência a obra Relativity, de Maurits Escher, apresentada acima, julgue os itens a seguir:
Assim como na criação de suas famosas séries de metamorfoses, em que formas geométricas abstratas ganham vida e vão, aos poucos, se transformando em aves, peixes, répteis e até seres humanos, M. Escher baseia-se, na obra Relativity, em conceitos matemáticos, especialmente conceitos de geometria. 
A obra Relativity, assim como outras obras de Escher, caracteriza-se por linhas predominantemente diagonais e luz direcionada. Além disso, observam-se, em suas obras, a utilização da técnica do claro-escuro, a construção de planos diferenciados e uma composição arquitetônica geométrica, como as figuras com cabeças em forma de bulbo e vestidas em trajes idênticos na obra Relativity
Ambas as questões estão corretas! (fonte: CESPE)

A FORMA

Uma linha fechada gera uma forma, uma massa. Ao elaborar uma obra a preocupação com a forma dos objetos representados na obra esta diretamente relacionada com seu equilíbrio ou sua instabilidade. A forma piramidal, por exemplo, esta associada ao triângulo que, por sua vez, pela sua simetria (ambos os lados iguais) e por sua base maior que o topo, muitas vezes é associado à perfeição. Um exemplo bem conhecido é a Monalisa, de Leonardo da Vinci. 
Mas também temos formas quadradas e circulares na arte. Algumas das obras do arquiteto Oscar Niemeyer são um ótimo exemplo nesse sentido. Essas três abaixo são obras do PAS:

O Museu Nacional, inaugurado em 2006,  com suas formas curvas, fluidas, parece uma nave branca pousada na Esplanada nos Ministérios, não é mesmo? Leia mais sobre seu projeto clicando aqui.

Já a Igreja Nossa Senhora de Fátima, conhecida como Igrejinha, inaugurada em 1958, parece tão leve e delicada que vai sair voando...

Bem diferente do Teatro Nacional que com sua base pesada e chapada, parecido com uma pirâmide, parece plantado no chão.


A COR

Por fim, a cor é o elemento agregador, o toque final de uma composição artística. Veja o branco intenso nas obras acima. Não tornam essas construções mais suaves, delicadas e ao mesmo tempo grandes e imponentes?! Se fossem pintadas de preto, por exemplo, assumiriam um olhar totalmente diferente. Por isso dizemos que as cores possuem qualidade emotiva. E existe até uma ciência por trás disso sabia? É a cromologia, ou estudo das cores. De acordo com essa ciência pinturas com cores quentes, por exemplo, são mais alegres, intensas. Já pinturas com cores frias tendem a ser mais tristes ou retraídas. Compare esses dois autorretratos de Frida Kalho e veja como isso tudo faz sentido:


Autorretrato com vestido de veludo, 1926.
Autorretrato com flores, 1938.

 Ambos os retratos foram feitos pela mesma pessoa mas nem parece, né? Com uma diferença de pouco mais de 10 anos entre eles parece que a artista, no segundo, embora com quase o mesmo semblante, está mais feliz, mais corada, mais saudável do que no primeiro. De alguma forma  a primeira imagem é mais serena, comportada, fechada, fria. Enquanto a segunda é mais viva, intensa, aberta, alegre. Isso não quer dizer que uma é melhor do que a outra. Não é isso. A comparação no caso não é pra ver qual é melhor. São obras diferente, feitas em períodos diferentes com características diferentes. Mesmo que tenham sido feitas pela mesma pessoa, ora, as pessoas mudam, não é mesmo? A vida e os acontecimentos que rodeiam o artista mudam o tempo todo e isso sempre se reflete nas suas obras.
Fonte: http://www.falandodeartes.com.br/2016/03/os-elementos-visuais-ponto-linha-forma.html

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