sexta-feira, 4 de maio de 2018

Violência contra a mulher: Cerca de 130 vítimas são atendidas mensalmente em Uberlândia

Independente das agressões, uma vez violentada, a mulher carrega as cicatrizes físicas e psicológicas para o resto da vida. Apesar do receio de muitas vítimas, o índice de denúncia na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher em Uberlândia cresce a cada dia.
A cada dois segundos, uma mulher é vítima de violência física ou verbal no Brasil. De acordo com a Polícia Civil, em 2017, 9.040 denúncias foram registradas no Centro Integrado da Mulher (CIM) em Uberlândia. Dados do CIM, divulgados pela Prefeitura de Uberlândia a pedido do G1mostram ainda que a média mensal de vítimas na cidade é de 130.
Dessas mais de 9 mil reclamações, foram abertos 1.001 procedimentos policiais que geraram 438 medidas protetivas para as vítimas. Até fevereiro deste ano, já foram feitos 1.633 atendimentos, sendo que 154 resultaram em procedimentos policiais com 69 medidas protetivas.
Para a delegada Alessandra Rodrigues da Cunha, que trabalha desde 2009 com repreensão de crime contra mulheres, a denúncia nos primeiros sinais de violência é o principal caminho para diminuir vítimas. Dados da Polícia Civil mostram que 10% dos agressores voltam a praticar violência após a primeira denúncia feita pela vítima à autoridade policial.
"O agressor sabe das consequências do ato dele. Ele sabe bem que ele pode ser preso, que vai ter o nome no registro de antecedentes criminais e que terá dificuldade de arrumar um emprego. Eu sempre digo que a denúncia é o ponto inicial e primordial. Uma ameaça, agressão, violência sexual denunciada desde a primeira vez reprime um segundo crime", explicou.
As principais denúncias feitas na maior cidade do Triângulo Mineiro são de ameaça e lesão corporal. A delegada explica que, na maioria das vezes, a história se repete: o homem começa com uma ameaça, um ciúme, faz com que a vítima sinta que é a culpada em ser ameaçada e depois é agredida.
"A maioria chega na delegacia e mostra ameaças feitas através de aplicativo em redes sociais. Umas relatam que o homem as obrigam a manter relações sexuais, entre outras agressões. Lembro de um caso que me marcou. Foi de uma mulher que era agredida há mais de 20 anos e ela foi fazer a denúncia muito machucada. Abrimos o inquérito, mas, passados alguns dias, ela voltou na delegacia ainda mais machucada dizendo que não conseguia ficar longe do marido. Muitas vítimas sentem submissão", lembrou.



Fonte: https://g1.globo.com/mg/triangulo-mineiro/noticia/violencia-contra-a-mulher-cerca-de-130-vitimas-sao-atendidas-mensalmente-em-uberlandia.ghtml

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