sábado, 18 de agosto de 2018

A presença negra e a arte contra o racismo



Moisés Patrício nasceu na antiga Favela do Jardim Edite, no Brooklin, zona sul de São Paulo, em 1984. Sua relação com a caneta e papel começou bem cedo, em 1988, quando traçava suas primeiras ideias. O artista hoje se define como um criador de obras autênticas, marcadas pela intuição, mas que guardam relações com o expressionismo. “Eu chego em um lugar e o que me incomoda, o que me dá a sensação de desmaio, de alegria, de tristeza, de revolta ou de manifestação política, serão os ativadores da ideia”, conta.

 Influenciado por nomes como Marcel Duchamp, Moisés Patrício sentiu a arte aos 14 anos de idade, tempo em que era assistente do artista plástico Juan José Balzi, criador do programa Meninos da Arte, trabalho que envolveu meninos de rua da capital paulista e comunidades carentes de Santo André, cidade da grande São Paulo. Afrodescendente, Moisés Patrício não nega as origens e tradições e usa seu talento e obra para questionar a situação do negro em um país racista como o Brasil. Exemplo disso é a sua participação no “Presença Negra”, movimento formado por artistas, ativistas e escritores negros que questionam certos hábitos da área cultural de São Paulo.

 O projeto ‘Aceita?’ questiona o preconceito com Candomblé, racismo e consumismo. 

 Como o nome já diz, a ideia do movimento é marcar presença, com grupos de negros apreciadores das obras, em vernissages de renomadas galerias de arte paulistanas, locais conhecidos pelo domínio de pessoas brancas. Na mesma linha está ‘Aceita?’, série de obras desenvolvida pelo artista. Com ela, Moisés procura quebrar preconceitos que cercam o Candomblé, religião de matriz africana, utilizando de elementos presentes no universo candomblecista para tecer críticas ao racismo e intolerância religiosa.

 Para atingir seus objetivos, o artista usa como principais ferramentas a arte e a educação, elementos fundamentais para a construção da identidade e formação de um cidadão. Começo, meio e fim. A voz do negro brasileiro está presente em toda obra e trajetória de Moisés Patrício, um jovem que faz questão de exibir e defender sua raiz negra africana, assim questionando o racismo existente no país com a segunda maior população negra do mundo.




http://www.afreaka.com.br/notas/presenca-negra-e-arte-contra-o-racismo/

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