Moisés Patrício nasceu na antiga Favela do
Jardim Edite, no Brooklin, zona sul de São Paulo, em 1984. Sua relação com a
caneta e papel começou bem cedo, em 1988, quando traçava suas primeiras ideias.
O artista hoje se define como um criador de obras autênticas, marcadas pela
intuição, mas que guardam relações com o expressionismo. “Eu chego em um lugar
e o que me incomoda, o que me dá a sensação de desmaio, de alegria, de
tristeza, de revolta ou de manifestação política, serão os ativadores da
ideia”, conta.
Influenciado por nomes como Marcel Duchamp,
Moisés Patrício sentiu a arte aos 14 anos de idade, tempo em que era assistente
do artista plástico Juan José Balzi, criador do programa Meninos da Arte,
trabalho que envolveu meninos de rua da capital paulista e comunidades carentes
de Santo André, cidade da grande São Paulo. Afrodescendente, Moisés Patrício
não nega as origens e tradições e usa seu talento e obra para questionar a
situação do negro em um país racista como o Brasil. Exemplo disso é a sua
participação no “Presença Negra”, movimento formado por artistas, ativistas e
escritores negros que questionam certos hábitos da área cultural de São Paulo.
O projeto ‘Aceita?’ questiona o preconceito
com Candomblé, racismo e consumismo.
Como o nome já diz, a ideia do movimento é
marcar presença, com grupos de negros apreciadores das obras, em vernissages de
renomadas galerias de arte paulistanas, locais conhecidos pelo domínio de
pessoas brancas. Na mesma linha está ‘Aceita?’, série de obras desenvolvida
pelo artista. Com ela, Moisés procura quebrar preconceitos que cercam o
Candomblé, religião de matriz africana, utilizando de elementos presentes no
universo candomblecista para tecer críticas ao racismo e intolerância
religiosa.
Para atingir seus objetivos, o artista usa
como principais ferramentas a arte e a educação, elementos fundamentais para a
construção da identidade e formação de um cidadão. Começo, meio e fim. A voz do
negro brasileiro está presente em toda obra e trajetória de Moisés Patrício, um
jovem que faz questão de exibir e defender sua raiz negra africana, assim
questionando o racismo existente no país com a segunda maior população negra do
mundo.
http://www.afreaka.com.br/notas/presenca-negra-e-arte-contra-o-racismo/
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