No mercado virtual da
beleza, anúncios de perfis com milhares de seguidores prometem bumbum, rostos e
seios perfeitos. As estratégias vão de promoções a sorteios e há até mutirões
para fazer os procedimentos estéticos.
O preenchimento do
bumbum, técnica aplicada por Furtado em Lílian, é o carro-chefe de quem faz a
bioplastia. E o polimetilmetacrilato (PMMA) é a substância mais anunciada nas
redes sociais, embora não seja recomendada por entidades médicas
Há diversos riscos e
vantagens de se fazer esse tipo de procedimento com médicos ou outros
profissionais, como enfermeiros, biomédicos e esteticistas. “Todo mundo está
injetando tudo em todo mundo. As pessoas começaram a se aventurar e tem o
‘braço’ (vertente) das ‘bombadeiras’, diz Costa, em referência a mulheres que
não têm formação médica. Ele defende a exclusividade dos médicos e diz “seguir
o bom senso” ao definir a quantidade de PMMA.
Outro problema é o
tiro no escuro. “O paciente não sabe o que está sendo injetado. Em vez de
colocar PMMA, pode colocar substâncias piores.”
Corregedor do CFM, José Fernandes Vinagre
explica que a promessa de resultados, comuns nos anúncios, é vedada. “Há o ‘Vai
entrar cheia de celulite e sair sem nenhuma’. Esse tipo de coisa não pode ser
prometida.” Sobre o PMMA, o CFM indica que a substância só pode ser injetada em
pequenas doses – sem especificar quantidades –, por médicos, e não há estudos
sobre a ação a longo prazo do produto. O Conselho Federal de Enfermagem não
prevê a prática entre seus profissionais. Já a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) informou que o PMMA é classificado como de máximo risco e o
procedimento deve ser feito por um profissional habilitado.
Curtidas e suposta
praticidade seduzem pacientes
Há 57 especialidades
médicas regulamentadas, diz o CFM. E medicina estética – uma das mais citadas
nas redes – não é uma delas. “E mesmo um especialista, um cirurgião plástico ou
dermatologista não pode postar foto de pacientes em nenhuma hipótese, a
Constituição não permite, até mesmo se houver autorização (da paciente)”, diz
José Fernandes Vinagre, corregedor do CFM.
“Ainda confiamos
naqueles com mais seguidores”, afirma a especialista em comunicação e redes
sociais Ana Erthal, da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). “Cada
foto do Dr. Bumbum tem 10 mil, 20 mil curtidas. Enche os olhos das pessoas.”
http://www.rdnews.com.br/nacional/conteudos/102739
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